
Joel Neto (n. 1974, Angra do Heroísmo) é um romancista e colunista português, vencedor do Grande Prémio de Literatura Biográfica da Associação Portuguesa de Escritores 2019. Escreveu em diferentes géneros e começou por atingir o topo das tabelas de vendas com Arquipélago (romance, 2015) e A Vida no Campo (diário, 2016), ambos igualmente bem acolhidos pela crítica.
Está representado no Plano Nacional de Leitura, com dois títulos, e no Plano Regional de Leitura dos Açores, com seis.
O seu mais recente romance, Meridiano 28, não tardou a destacar-se também crítica e comercialmente. «Será difícil, e talvez inútil, rotulá-lo quanto à sua filiação literária, tanto nos Açores como no continente», escreveu João de Melo, autor de Gente Feliz Com Lágrimas e O Meu Mundo Não É Deste Reino. «A única evidência, e sobretudo a mais natural, é a da sua pertença à grande literatura portuguesa. Ponto final.»
A aprovação crítica continuou com a A Vida no Campo: Os Anos da Maturidade (diário, 2019), publicado semanas antes da atribuição a A Vida no Campo, primeiro volume do diário, do Grande Prémio APE. Dele disse o poeta e crítico Pedro Mexia: «Um livro onde as pessoas têm nome, as árvores têm nome, os animais têm nome. De uma sensibilidade muito particular, que nós já não conhecemos nas grandes cidades. Sem paternalismos em relação aos locais e também, quanto aos forasteiros, sem aquilo a que os ingleses chamam inverted snobbery.»
Joel Neto cresceu na ilha Terceira, nos Açores, e mudou-se para Lisboa aos 18 anos, para estudar Relações Internacionais no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Depois de década e meia de trabalho como repórter, editor e chefe de redacção na maior parte dos grandes jornais e revistas portugueses, voltou à ilha natal em 2012, determinado a dedicar-se inteiramente à literatura.
Vive desde então no lugar dos Dois Caminhos, freguesia da Terra Chã. É casado com a investigadora e editora de texto Marta Louro Cruz, com quem cuida de dois cães, um pomar e um jardim de azáleas. O nascimento do primeiro filho de ambos, Artur, deu origem, a partir de Agosto de 2022, à coluna Pai aos 50, publicada semanalmente na revista Notícias Magazine (Diário de Notícias/Jornal de Notícias)
Formador de diferentes cursos de escrita criativa, nomeadamente nas áreas do romance e da crónica, Joel Neto é também cronista, ensaísta e comentador de alguns dos principais órgãos de comunicação nacionais, nomeadamente da RDP-Antena 1, da RTP Açores e de diferentes jornais, incluindo o Jornal de Notícias, o Diário de Notícias e o Expresso. Tem livros e contos traduzidos e/ou publicados em países como Reino Unido, Espanha, Itália, Polónia, Brasil ou Japão e publica regularmente em revistas e antologias literárias portuguesas e estrangeiras.
Foi co-autor (com Ana Margarida de Carvalho) da Carta Aberta dos Escritores de Língua Portuguesa Contra o Racismo, a Xenofobia e o Populismo e Em Defesa de Uma Cultura e de uma Sociedade Livres, Plurais e Inclusivas, subscrita por mais de 300 destacados escritores da lusofonia; e um dos 46 autores de Bode Inspiratório/Escape Goat, folhetim colectivo que marcou a reacção da literatura portuguesa à pandemia da Covid-19, e editado em Portugal em versão bilingue (português/inglês).
O seu diário, A Vida no Campo, foi adaptado ao teatro pela Companhia Narrativensaio, num espectáculo que percorreu o país.
Obra publicada
ROMANCE:
- 2000 – O Terceiro Servo (2.ª edição) b)
- 2012 – Os Sítios Sem Resposta b)
- edição brasileira: Os lugares sem resposta
- 2015 – Arquipélago (7.ª edição) b)
- finalista do Prémio Literário Fernando Namora 2015
- 2018 – Meridiano 28 (2.ª edição) a) b)
DIÁRIO:
- 2016 – A Vida no Campo (5.ª edição) b)
- GRANDE PRÉMIO APE DE LITERATURA BIOGRÁFICA 2019
- 2019 – A Vida no Campo: Os Anos da Maturidade b)
CONTO/NOVELA:
- 2002 – O Citroën Que Escrevia Novelas Mexicanas (2.ª edição)
- edição brasileira: Nunca mais roubei gravatas
- 2019 – Só Tinha Saudades de Contar Uma História
- 2023 – Jénifer, Ou a Princesa da França a)
CRÓNICAS:
- 2003 – Al-Jazeera, Meu Amor
- 2007 – Todos Nascemos Benfiquistas – Mas Depois Alguns Crescem
- 2011 – Banda Sonora Para Um Regresso a Casa
OUTROS LIVROS:
- 2004 – José Mourinho, O Vencedor (biografia) (4.ª edição)
- edição britânica: Mourinho, the true story
- 2008 – Crónica de Ouro do Futebol Português (obra colectiva) – autoria do primeiro volume, “A Equipa de Todos Nós” (história)
- 2011 – Bíblia do Golfe (divulgação)
a) livro do Plano Nacional de Leitura
b) livro do Plano Regional de Leitura dos Açores
TEATRO:
- 2019 – A Vida no Campo (com Catarina Ferreira de Almeida; encenação original pela Companhia Narrativensaio)
- 2021 – Eu Nunca Vi Um Helicóptero Explodir (com Catarina Ferreira de Almeida; encenação original pela Companhia Narrativensaio)
FOLHETIM:
- 2020 – Bode Inspiratório (obra colectiva)
DOCUMENTÁRIO:
- 2019 – O Caminho de Casa (produção e co-autoria com Catarina Ferreira de Almeida e o realizador Arlindo Horta)
PODCAST:
- 2019-2020 – O Fio da Meada (RDP-Antena 1)
- 2020 – Meridiano 28
- 2021 – Palavra de Honra (RDP-Antena 1, com Raquel Varela)
- 2021-? – Novo Normal (RTP 3, com Nuno Costa Santos, Pedro Pereira e Luciano Barcelos/apresentação)
- 2022-? – Efeito Borboleta (RDP-Antena 1, com Raquel Varela)
- 2023 – Pai aos 50 (com Marta Cruz)
Antologias e revistas literárias (principais participações):
2002 – Capítulo Um (Setembro, Fonte de Letras) – conto
2003 – O Meu Homem de Bem (Antes da Meia-Noite, Dom Quixote) – conto
2004 – Luísa (Alta Velocidad – Nueva Literatura Portuguesa, Lengua de Trapo-Espanha) – novela
2005 – Pequeno Ensaio Sobre Homens e Mulheres de Quarenta Anos (Ou Como Eu os Vejo Daqui, À Distância de uma Vida Quase Toda) (Quarenta Anos de Dom Quixote, Dom Quixote) – conto
2006 – Al di là del frangiflutti c’era um pesce (Lusitânia Express – 20 storie per um film portughese, Scritturapura Editore-Itália) – conto
2006 – Porto de Leixões, 27 de Agosto de 2002 (Cartas a Deus, Pena Perfeita) – conto
2007 – Parati (Contos de Algibeira, Casa Verde-Brasil) – conto
2008 – Montanha Abaixo (Comboio Com Asas, CM Funchal) – conto
2010 – Democracias Modernas (Desafios dos Açores Para O Século XXI, Expresso Das Nove/Tinta da China) – ensaio
2013 – Tudo o Que Eu Devo ao Futebol (Correntes D’Escritas 2013 , CM Póvoa de Varzim) – ensaio
2015 – A Cor Mais Forte do Arco-Íris (O Conto Literário de Temática Açoriana, Mónica Serpa Cabral/Companhia das Ilhas) – conto
2016 – Jaca (Uma Dor Tão Desigual, Ordem dos Psicólogos/Teorema) – conto
2017 – Metade Do Mundo/Half The World (revista Egoísta) – conto
2017 – Quanto Mais Em Nuvem Me Desfaço (Fundação Inatel) – manifesto do Dia Mundial da Poesia 2017
2019 – Averiguação do Leitor (Avenida Marginal, Solmar-Artes & Letras) – conto
2019 – Enviado Especial (Jornal de Letras, Artes & Ideias) – conto
2020 – Para Tão Longo Amor Tão Curta A Vida (Prima) – conto
2020 – Segunda Oportunidade (Grotta, Letras Lavadas) – discurso
2021 – Dos Livros e Dos Homens (Livros, disco de João Afonso) – ensaio
2021 – Ninguém Quer o Meu Tesouro (Notícias Magazine, JN/DN) – conto
2022 – As Ilhas da Utopia (Revista, Expresso) – ensaio
2022 – Os Pobres Mais Pobres (Revista, Expresso) – ensaio
2022 – O Carvalho Americano (Suroeste) – conto
2022 – Sempre os Pássaros (Urban Sketchers/Caleidoscópio) – crónica de viagem