Quinta-feira, 26 de Janeiro
A araucária que plantei no meu jardim é endémica da Nova Caledónia, lá no fundo do Pacífico, o que já traz a sua magia. Mas a história das migrações botânicas está contada, e de resto o que não falta aqui, nesta ilha onde durante tantas gerações pararam naus, galeões e brederodes, são heranças desses tempos gloriosos da Expansão – já não apenas incrustadas na paisagem, na gastronomia e nos modos de vida, mas partes constituintes delas.
Na verdade, as araucárias são hoje uma das mais imponentes marcas de Angra, rasgando os céus contra os humores dos elementos e a passagem dos séculos. Chega a ser pena que tenhamos acumulado tantos símbolos, tantos significados, que às vezes nem nos reste tempo para nos sentarmos a olhar para elas.