
- Editor: Comissão Representativa dos Trabalhadores da Base das Lajes
- Edition: 2020
- Available in: Capa mole
- ISBN: 978-989-330938-4
SETE DÉCADAS DE CONVIVÊNCIA, COSMOPOLITISMO E TENSÃO LABORAL
Para um retrato dos portugueses da Base das Lajes e das relações de afecto que o tempo deixou para trás
«Não é talvez que a História se repita eternamente, como num círculo em permanente movimento», escreve Joel Neto em Uma História de Amor. «Mas há uma coerência fundamental nela, o que há-de ser também uma prova da derradeira racionalidade da espécie. E, ao tornar a verificá-lo, eu próprio volto a sentir o privilégio deste lugar — desta ilha que conta dessa racionalidade e dessa coerência. A Terceira. O centro do mundo. O palco de uma história de amor: terna e turbulenta e inesquecível — como só as mais passionais e belas histórias de amor.»
Mais de setenta anos depois da instalação das forças norte-americanas na planície do Ramo Grande, no extremo-Nordeste da Ilha Terceira, o escritor atravessa o perímetro da chamada Base das Lajes, percorre a história que o constituiu como é hoje e ouve as histórias dos seus protagonistas mais e menos anónimos: os terceirenses, açorianos e portugueses que, no passado como no presente, serviram a potência americana, assim se transformando numa das mais poderosas ferramentas nacionais para a consolidação daquela que permanece uma das grandes alianças do Estado português.
O amigo da América, diz-se, está agora de partida. Não é verdade: muitos serviços, métodos e referências continuam e prometem continuar. Mas as famílias americanas, bem como uma série de responsáveis e operacionais de diferentes ofícios, já se foram embora. Deixam para trás afectos e meios, mas também uma série de oportunidades perdidas e várias injustiças que só o tempo será capaz de julgar. Em suspenso, mantém-se centenas de trabalhadores – o contingente a que se reduziram os milhares do passado. Ainda há promessas por cumprir, contas por acertar, contaminações e despejos por limpar. Mas, por agora, é o futuro a dominar as preocupações. O futuro imediato daqueles que não conseguem ver as suas condições de trabalho melhoradas. O futuro longínquo daqueles que pensam nas saídas profissionais dos filhos ou na sua própria reforma e chegam até a ver na China uma saída.
Um livro bilingue que nasce de uma iniciativa da Comissão Representativa dos Trabalhadores das Feusaçores e contou com o alto-patrocínio da Fundação Luso-Americana Para o Desenvolvimento. A tradução para o inglês é da autoria de Diniz Borges, luso-americano nascido nas Lajes e feito professor secundário e universitário na Califórnia. A edição de texto e a revisão estão a cargo de Nuno Quintas e o trabalho gráfico de Rui Leitão.