Num bairro indistinto de uma grande cidade, um polícia faz-se contador de histórias. Todos os dias, pela manhã, um grupo de rapazotes se reúne à volta daquele homem grande e negro, a ouvir os relatos maravilhosos de outros povos e geografias. Mas a rotina acaba por ser perturbada pelo crescimento da fama do polícia e a chegada de novos ouvintes.
UM BOM CONTADOR DE HISTÓRIAS SABE SEMPRE QUANDO PARAR.
«Quando nos distraíamos, recorria de imediato a um pormenor picante – cuecas de renda vermelha, um espião dissimulado na noite, um vento saído de um recanto escuro de uma casa abandonada, e que nós sentíamos no pescoço. Às vezes era misterioso, outras divertido, outras apenas enternecedor.»
«Quem ouve – ou quem lê – não resiste, vai atrás, deixa-se levar pela “voz grave, cavernosa, de sob cujas reverberações se erguia a doçura de um sotaque tropical”. Uma aura de suave humor e amarga ironia, num desfecho sem moralismos fáceis. Joel Neto conhece o segredos dos bons ficcionistas.»
JOSÉ MÁRIO SILVA, Expresso
«As histórias despojadas de artifícios são insubstituíveis. É provável que até estejam fora de moda – quanto mais não seja porque é muito mais cómodo para um escritor assumir-se como vanguardista do que como classicista. Obrigam a um trabalho muitas vezes redobrado, tanto sobre a linguagem como sobre os próprios contornos da narrativa.»
SÉRGIO ALMEIDA, Jornal de Notícias
«Nunca tinha visto nada assim na nossa literatura. ‘Norberto’ não imita a literatura, ele é a própria literatura. Só os artistas da palavra são capazes de nos levar a outros mundos, muito para além de nomes, datas e acontecimentos colectivos oficializados pelas classes dominantes.»
VAMBERTO FREITAS, Açoriano Oriental
«Joel Neto interpreta com mestria a simbiose entre o humor e a ironia. Claro que não vou contar aqui a volta que leva a narrativa, mas é das coisas mais “bem feitas” que já li. Um belíssimo e inesquecível intermezzo.»
SANTOS NARCISO, Atlântico Expresso