DO QUE FALAMOS QUANDO FALAMOS DE REGRESSO?
A que palavras recorremos? E a que suprema palavra podemos resumir esse impulso?
Do que falamos quando falamos de regresso a casa? Quantas vezes menciona quem regressa, ao recordar a sua deriva, a palavra «saudade»? E a palavra «terra»? E «mãe»? E «pertença»?
Que palavras se repetem no seu discurso, afinal? Que palavras ficam por dizer? E que palavra, feitas as contas, se sobrepõe a todas as outras?
Durante dois anos, o escritor Joel Neto (n. Angra do Heroísmo, 1974) e a tradutora Catarina Ferreira de Almeida (n. Lisboa, 1977), marido e mulher, concentraram-se no vocabulário dos que regressam — física, emocional e até relutantemente. A demanda levou-os da Terceira, onde vivem, às restantes ilhas dos Açores, de Portugal continental a França e daí às duas margens do continente norte-americano. Incluindo entrevistas a homens e mulheres, velhos e novos, bem-sucedidos e nem por isso, com e sem notoriedade pública — sempre com as ilhas dos Açores como primeiro referencial, geográfico e sentimental.
O projecto, intitulado As Palavras do Regresso, deu primeiro origem ao filme O Caminho de Casa, do realizador Arlindo Horta — o terceiro elemento da comitiva —, estreado nos canais RTP, seleccionado para diferentes festivais e disponível em permanência no endereço: www.vimeo.com/ocaminhodecasa (versões lusófona e anglófona). O presente volume encerra a aventura.
Bem vistas as coisas, tinha ou não razão Thomas Wolfe quando dizia que não podemos voltar a casa?
Edição com o apoio: FLAD — Fundação Luso-Americana Para o Desenvolvimento
________________________________________________________
CRÍTICAS:
«Os olhares presos ao outro lado do mar, ao que fica nas costas dos navegantes, permite tactear essa palavra que ainda não é terra à vista. O que quer que essa palavra diga é muito mais do que saudade. Voltarei por isso a este livro tão belo como uma viagem.»
FERNANDO ALVES (TSF)
«Cheio de histórias de vida. Grande diário.»
LUÍS OCTÁVIO COSTA (Público)
WHAT DO WE TALK ABOUT WHEN WE TALK ABOUT COMING HOME
What words do we use? And is there a final, definite word for that calling?
What do we talk about when we talk about coming home? Those who come back, as they recall their journey, how many times do they mention longing, or “saudade”?
What words keep coming back again and again as they talk? Which ones go unsaid? And what word surpasses any other?
For two years, author Joel Neto (born in Angra do Heroísmo in 1974) and translator Catarina Ferreira de Almeida (born in Lisboa in 1977) teamed up to investigate the words of those who come back — in body and soul, sometimes even against their wish. The project took husband and wife on a journey from Terceira Island, where they live, to each of the remaining eight islands that form the Azores, also mainland Portugal and France, and both coasts of the United States. They interviewed men and women, some younger, some older, some successful, others down on their luck, some famous, others just regular anonymous citizens. Always, the Azores remained the geographical and emotional reference.
The project, titled As Palavras do Regresso, resulted in O Caminho de Casa, a documentary feature signed by the third party in the team, director Arlindo Horta, which premiered on Portuguese national television, was selected for a number of film festivals, and can be watched in either Portuguese or English version at: www.vimeo.com/ocaminhodecasa.
The book now before you brings the adventure to its conclusion.
Final thoughts? Thomas Wolfe maybe had it right all along. Maybe you really can’t go home again.
Edition with the generous support of: FLAD — Luso-American Development Foundation