Os vegetarianos e os nudistas. Os cães e os escritores vivos. Os telefones, o silicone e o socialismo. As raparigas demasiado magras. O Benfica. As mulheres infiéis. O cinema fantástico, os anos 80 e a bem-aventurança em geral.
Joel Neto parece coleccionar inimigos ao mesmo ritmo a que vai escrevendo. E, no entanto, garante que tem coração e que, no limite, até é capaz de comover-se.
Neste volume, baseados nos textos da coluna Muito Bons Somos Nós, da revista NS’ (Diário de Notícias/Jornal de Notícias), reúnem-se as obsessões e os ódios, os delírios e os afectos daquele que é um dos principais cronistas portugueses da sua geração.
Um livro que se lê como quem ouve um disco. A caminho de casa.
“As crónicas sobre embirrações lêem-se com gosto, mas são as elegias açorianas autobiográficas que estão mais perto da literatura, bem como as explorações de temas como o protestantismo, em que o autor foi criado, e o golfe, de que é ávido praticante. (…) Basta a evocação de um clube de infância, o Lusitânia, ou a defesa da tourada à corda ou a memória de mau tempo no canal para que as crónicas se tornem idiossincráticas e mesmo memoráveis.”
PEDRO MEXIA, Expresso“É um prazer ler ou reler as tiradas politicamente incorrectas de Joel Neto contra as ‘vacas sagradas’ dos meios sociais, culturais e desportivos do continente. Sim, porque, no que toca às ilhas atlânticas, o coração do autor açoriano derrete-se num ‘regresso a casa’. A não perder.”
JOÃO CÉU E SILVA, NS’“Habituados que estamos ao tom ardiloso e politicamente correcto de muitos cronistas encartados, peritos na difícil arte de ocultar o que lhes vai na alma, estranhamos sempre, enquanto leitores, quando surge uma voz que, em vez de promover consensos, retira evidente deleite no contrário. Ou seja, na promoção de querelas e discussões que têm o condão de sacudir da letargia mesmo o mais sisudo dos seres.”
SÉRGIO ALMEIDA, Jornal de Notícias“Há na sua prosa qualquer coisa que lembra Raymond Carver, que sabemos ter influenciado outros desta mesma geração portuguesa: a brevidade da frase claríssima na sua simplicidade vocabular, a estranheza de ser e estar no seu próprio meio e tempo.”
VAMBERTO FREITAS, Açoriano Oriental“[Joel Neto] É uma das poucas coisas que valem a pena na nossa imprensa escrita. (…) Não temos petróleo, mas temos tipos como o Joel.
PEDRO BOUCHERIE MENDES