Chega dia 24 de Maio ao mercado o segundo volume do diário de Joel Neto, com o título A Vida no Campo: Os Anos da Maturidade. A obra tem edição da Cultura Editora, responsável já pelas publicações de Meridiano 28 e Só Tinha Saudades de Contar Uma História, e é lançada, apresentada e/ou alvo de sessões de autógrafos nas mais diferentes localidades.
O lançamento nacional ocorre em Lisboa, na Fnac do Chiado (27 de Maio, 18.30), com apresentação de Pedro Mexia. Seguem-se lançamentos e apresentações em Braga, Porto, Vila Franca de Xira, Coimbra, Ponta Delgada e Angra do Heroísmo. Estão previstas várias visitas a escolas, uma série de presenças em feiras do livro e um programa de rádio ao vivo, num total – para já – de quase duas dezenas de encontros. Confira a agenda ou, se preferir, a lista de eventos.
A VIDA NO CAMPO: OS ANOS DA MATURIDADE
de Joel Neto
(Cultura Editora, Maio de 2019)
«Um pão com bolor e um frasco de sabonete, flores que despontam num descampado e uma árvore que há séculos espera alguém a quem possa contar a sua história – nada passa despercebido ao olhar atento e sensível de Joel Neto. Para o escritor, o segredo da vida está nas coisas mais simples: coelhos saltitando no jardim, a banda filarmónica ao longe, um pé de tomate-de-capucho.
E nas pessoas, evidentemente. Em Maria de Fátima, que fazia um pão de milho como já não poderá haver outro. Em Roberto, que não arranca com o autocarro enquanto uma criança não for buscar um casaco. Em Filomena, que atravessava a freguesia com a elegância de um flamingo. Em Emanuel, o carteiro que cita Jorge Luís Borges. E no Chico, e no Galão, e no Dimas, e no Manuel da Lenha, e no Rúben, e em toda a infinita galeria de pessoas e de histórias humanas que desfilam neste livro.
Ao fim de vinte anos em Lisboa, Joel Neto – na companhia da mulher, a tradutora Catarina Ferreira de Almeida – foi instalar-se na terra da infância, em busca do tempo necessário para escrever um romance. O prazo esgotou-se há muito, os livros sucederam-se uns aos outros, e eles ali continuam: no lugar dos Dois Caminhos, freguesia da Terra Chã (ilha Terceira, Açores). O jardim, a horta e o pomar não os deixariam partir. Os cães Melville e Jasmim também não.»
«A escrita de Joel Neto é uma varanda para a paisagem que a interpreta e a faz florir.»
AFONSO CRUZ
«De uma tranquilidade melancólica, atenta às mutações, aos hiatos, ao que fica do que passa.»
PEDRO MEXIA, Expresso
«Há-de iluminar o teu dia.»
FERNANDO ALVES, TSF
«Escolheu o tempo e a distância para melhor ver a beleza de cada coisa. Ousou ser feliz. Eis o seu nome: liberdade.»
MIGUEL SOUSA TAVARES
«Os amores-perfeitos no canteiro do caramanchão já aí vêm, irregulares mas determinados. E as liátris que plantei junto às escadas começam a despontar.
(Devíamos dar-lhes um nome a sério, às liátris, um nome livre da nomenclatura científica. Os americanos chamam-lhes blazing stars, estrelas flamejantes, e é pena que não lhes chamemos assim também.)
Escolhemos mal as palavras quando falamos da Primavera como um renascimento. Nada disto renasce porque nada disto alguma vez morreu. O que esta altura do ano nos mostra não é que o tempo recomeça, mas que o tempo nunca acabou. Apenas assumiu outra forma, como a das borboletas – precisamente para poder continuar a existir.
Talvez devêssemos encarar assim a vida e a morte também.»
- Joel Neto é autor de mais de uma dúzia de livros, entre os quais os romances Arquipélago (2015) e Meridiano 28 (2018), que alcançaram os tops de vendas e o aplauso da crítica.
Nasceu na ilha Terceira, nos Açores, e mudou-se para Lisboa aos 18 anos, para estudar Relações Internacionais. Depois de década e meia de trabalho como repórter, editor e chefe de redacção na maior parte dos grandes jornais e revistas portugueses, voltou à ilha natal em 2012, determinado a dedicar-se inteiramente à literatura. Vive desde então no lugar dos Dois Caminhos, freguesia da Terra Chã, na companhia da mulher e dos dois cães.
Colunista de vários jornais, nomeadamente Diário de Notícias, Jornal de Notícias e O Jogo, tem livros e contos traduzidos em diferentes línguas e publica regularmente em revistas e antologias literárias portuguesas e estrangeiras. O primeiro volume deste seu diário, A Vida no Campo (2016), mereceu dois programas de rádio especiais na TSF, ambos com autoria de Fernando Alves, e foi adaptado ao teatro pela Companhia Narrativensaio, num espectáculo que percorreu o país.